O fator humano muitas vezes se torna a explicação oficial das causas de um incidente, acidente ou desastre. No entanto, o significado do termo “fator humano” nem sempre é compreendido mesmo pelos jornalistas que o utilizam.
Conceito de Fatores Humanos
A interpretação mais popular do conceito de "fator humano" é a seguinte: é o potencial de uma pessoa tomar uma decisão ilógica, não lucrativa ou simplesmente errada em uma determinada situação. A questão é que muitos sistemas funcionam com a participação de uma pessoa, o que significa que existe a possibilidade de violação do algoritmo no link em que a escolha decisiva é feita por uma pessoa, e não por uma máquina.
Em situações onde o desenvolvimento de eventos depende da decisão de uma pessoa, é impossível prever de forma inequívoca sua escolha, portanto, engenheiros e designers técnicos que desenvolvem sistemas complexos tentam excluir uma pessoa tanto quanto possível do processo de uma máquina, programa ou mecanismo para fornecer ao sistema proteção contra interferência do fator humano. Por outro lado, é uma pessoa que consegue tomar uma decisão atípica numa situação não prevista pelos designers, pois muitas vezes o fator humano é a razão para salvar muitas vidas e valores. O problema é que, por mais perfeito que seja o mecanismo, ele só pode escolher entre o conjunto de opções inerentes a ele, enquanto a pessoa tem a capacidade de agir como quiser.
De 70 a 90% dos acidentes e desastres de aviação no mundo são causados pelo fator humano.
Causas e efeitos
Os principais motivos pelos quais uma pessoa faz a escolha errada em uma situação particular são:
- falta de informação;
- condição física e psicológica;
- hesitação moral ou emocional;
- velocidade de reação insuficiente;
- avaliação incorreta da situação.
O fato é que qualquer situação que requeira uma decisão é no mínimo microestresse, já que a pessoa tende a duvidar em decorrência de suas ações. Um grande número dessas experiências torna-se a causa de tensão emocional e até colapsos, o que leva a uma decisão ilógica. Além disso, uma pessoa é influenciada pelo componente ético de sua escolha. Por fim, muitas decisões erradas foram tomadas devido a um estado de relaxamento, distração ou atenção dispersa, em momentos de transtorno mental.
O termo "fator humano" é usado na aviação, medicina, engenharia, ciência e até mesmo na governança corporativa.
A personalidade humana ainda é um fenômeno bastante misterioso e multifacetado, por isso é quase impossível prever o comportamento de uma pessoa em particular em uma determinada situação com certeza absoluta. Conseqüentemente, os desenvolvedores de sistemas precisos só podem esperar o nível de treinamento de uma pessoa, sua resistência ao estresse e adesão às instruções. O nível de desenvolvimento da tecnologia existente não permite excluir completamente uma pessoa do processo de tomada de decisão, além disso, é a capacidade de pensamento original da pessoa que muitas vezes se tornou a única razão para resolver uma situação atípica. Um exemplo são os falsos alarmes dos sistemas de alerta de ataque nuclear soviético e americano durante a Guerra Fria. Se as decisões fossem tomadas pelo computador, a Terceira Guerra Mundial teria sido inevitável, mas os oficiais da URSS e dos Estados Unidos puderam avaliar corretamente a situação e evitar a eclosão do conflito.