O calendário nacional de imunização da Rússia prevê a vacinação contra tuberculose (BCG) nos primeiros dias de vida da criança. No entanto, a propaganda antivacinação, difundida em todo o mundo e na Rússia, está dando frutos. Cada vez mais os pais recusam a vacinação, incluindo o BCG, embora nem sempre se dêem conta das possíveis consequências das suas decisões.
A tuberculose é uma doença infecciosa causada por micobactérias, em particular o bacilo de Koch, e que afeta vários órgãos: pulmões, rins, gânglios linfáticos, pele, intestinos, ossos. A tuberculose pode ocorrer de forma aberta, potencialmente perigosa para terceiros, e fechada, quando o paciente praticamente não é contagioso. No entanto, uma infecção latente freqüentemente se transforma em uma forma ativa.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, cerca de 2 bilhões de pessoas em todo o mundo estão infectadas com Mycobacterium tuberculosis. Embora hoje essa doença seja tratada com sucesso com detecção precoce, ainda é melhor ter imunidade celular para prevenir o desenvolvimento da doença, e essa proteção pode ser obtida com o auxílio da vacinação BCG.
A vacinação BCG é projetada para fornecer uma resposta imunológica adequada do corpo aos patógenos da tuberculose. No entanto, é importante entender que, ao contrário de outras vacinas, o BCG não protege 100% contra doenças. Seu mecanismo de ação é a produção de anticorpos para prevenir as formas graves e mortais de tuberculose, como a tuberculose miliar ou disseminada, e a meningite tuberculosa. Ou seja, mesmo com a vacinação BCG, você pode adoecer com tuberculose por meio do contato com um paciente de forma aberta, condições sociais precárias, alimentação inadequada e outros pré-requisitos, mas a probabilidade de recuperação será maior do que se você não tiver imunidade para mycobacterium.
Os oponentes da vacinação BCG citam como justificativa para sua posição o fato de muitos países terem recusado esta vacinação, bem como a opinião de que a tuberculose ameaça apenas cidadãos socialmente desfavorecidos e é geralmente rara. No entanto, a morbimortalidade por tuberculose na Rússia ainda é bastante elevada, em média 3 vezes maior do que, por exemplo, nos países europeus. A chance de encontrar uma infecção está sempre e em qualquer lugar: na clínica, na loja, no transporte público e até no playground. Portanto, as crianças são vacinadas com BCG por 3-7 dias de vida para proteger o corpo do bebê, ainda fraco e desprotegido, de infecções por micróbios perigosos e reduzir o risco de doenças.
Freqüentemente, o medo dos pais em relação à vacinação está associado a possíveis complicações após a injeção. Mas para a vacinação BCG existem várias contra-indicações, na presença das quais a vacinação é adiada ou não é feita: prematuridade, doença hemolítica do recém-nascido, doenças agudas, lesões do sistema nervoso, etc. Crianças saudáveis costumam tolerar bem a vacina BCG, as exceções são as características individuais do corpo da criança, mas sua manifestação é impossível de prever.
Hoje, a vacinação é uma questão voluntária: cada pai tem o direito de escolher se dá ou não a vacina BCG a um filho. Porém, primeiro é preciso pesar os prós e os contras, perceber os possíveis riscos e tomar a decisão mais favorável para o bebê.
